Em breve, entrar no Japão exigirá um novo o digital. O JESTA (Japanese Electronic System for Travel Authorization) não é um visto tradicional, mas uma autorização eletrônica obrigatória para viajantes de 71 países isentos de visto — incluindo Brasil, EUA e nações da Europa.
Inspirado no ESTA americano e no ETIAS europeu, o sistema surge como resposta ao overtourism que pressiona locais como o Monte Fuji e os bairros históricos de Kyoto. Em 2024, o Japão recebeu 36,9 milhões de turistas, e problemas como invasão de propriedades privadas em Gion (para fotografar gueixas) e degradação ambiental aceleraram a criação desse "filtro inteligente".
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O Que É o JESTA e Por Que o Japão o Criou?
O JESTA é um sistema de pré-triagem que analisa dados de viajantes antes do embarque. Seu objetivo? Identificar riscos de imigração ilegal ou sobrecarga turística. Diferentemente de um visto, sua aprovação é rápida (em até 72 horas) e vinculada eletronicamente ao aporte.
Por que agora? Os japoneses valorizam omotenashi (hospitalidade), mas eventos recentes forçaram um reequilíbrio:
- Em Ginzan Onsen, termas centenárias limitaram o a não-hóspedes após 20h devido a turistas barulhentos;
- Em 2024, 15% das permanências irregulares no país vieram de viajantes isentos de visto;
- O governo busca proteger patrimônios como Kiyomizu-dera, onde visitantes comem em áreas sagradas;

o a o: JESTA na Prática
Quando obrigatório, você precisará seguir os seguintes os:
- Preenchimento online: Um formulário digital coletará dados pessoais, itinerário e endereço no Japão 5.
- Análise automatizada: Sistemas cruzaram suas informações com bancos de segurança globais.
- Resultado: Se aprovado, receberá um e-confirm; se negado, precisará solicitar visto consular.
Turistas de países fora desta lista (ex: China, Índia) continuarão necessitando de visto físico. A validade será de 90 dias por entrada, com uso para turismo, negócios ou trânsito — nunca para trabalho.
Aqui está uma ironia: enquanto o JESTA surge para controlar fluxos, brasileiros ganharam isenção de visto em 2023 como parte dos 115 anos da imigração japonesa no Brasil, o que tornou uma nova dificuldade e custo para os brasileiros.
Privacidade vs. Segurança
O JESTA exige detalhes sensíveis: histórico de viagens, contatos no Japão e até redes sociais. O governo garante que as informações serão anonimizadas e criptografadas, mas ONGs como a Electronic Frontier Foundation alertam: "Sistemas assim criam bancos de dados suculentos para hackers".
E há outro risco: viés algorítmico. Em 2024, testes com sistemas similares na Europa recusaram 40% mais autorizações para cidadãos de países africanos e do Oriente Médio. Será que o JESTA repetirá esse padrão?
Preparando-se Para a Era JESTA
Enquanto o sistema entra em testes em 2025, você pode se antecipar:
- ✅ Verifique seu aporte: Precisa ser eletrônico e emitido após 2011;
- ✅ Documente sua viagem: Tenha reservas de hotel e agens de ida/volta atualizadas;
- ✅ Monitore fontes oficiais: Sites da [Imigração Japonesa] e consulados terão atualizações.
E o mais importante: estude a etiqueta japonesa. Em Kyoto, já há placas em português dizendo: "Não fotografe gueixas sem permissão". Lembre-se: o JESTA não é só um trâmite — é um pacto de respeito mútuo.